Dezembro se abre em lua minguante num sabático sábado. Astrólogos daqui e d'além-mar, feiticeiras e bruxas, xamãs e benzedeiras lançai vossos dados ou búzios ou borra de café ou fumaça! Invocai todos os espíritos por vós plasmados e olhai com olhos de ver além do que os olhos podem perceber! Urge prever o imprevisível e lançar ondas de esperança e de temor sobre os crédulos (com o apoio, é óbvio, ostensivo e indispensável, da mídia oficial). Periódicos a circular por todo o mundo, é chegado o tempo das adivinhações! Publicações escritas ou faladas de todas as línguas, providenciai vossos oráculos para o penúltimo ano da segunda década do primeiro século do terceiro milênio. Lembrai-vos de proclamar a indefectível lista de celebridades a serem colhidas na ceifa Morte no ano vindouro. Cuidai de assinalar como previsões algumas catástrofes naturais (elas acontecerão, sempre acontecem, cuidai de saber quando e onde) e temperai com outras hecatombes, provocadas por desatinos e descuidos da humanidade. Vaticinai também feitos marcantes da Ciência (eles são igualmente inevitáveis!) e vos aventureis nas previsões de alguma novidade estonteante da área de tecnologia. Isto daria um toque contemporâneo à velha arte divinatória, tão cara aos simples de espírito, ávidos por crer e cheios de fé nos próprios devaneios. É fácil prever para o último mês do ano uma profusão de profetas, videntes, adivinhos, cartomantes, bruxas e macumbeiros, sem falar de embusteiros e charlatões, a profetizar o porvir. Aqueles de vós a pretenderem maior penetração junto ao grande público (pois há outro público, menor) arriscai palpites bem populares, como apontar quem será o campeão no futebol ou qual será o desfecho da novela da televisão. Para o público restrito, prevejam príncipes e princesas vindouros... |
Mon, 3 Dec 2018 17:48:28 -0200 Pra variar...não... nem penso nisso,Mano... sem assinatura Nem vale a pena pensar. O futuro não existe. |
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