autoria: José Lauro

A moça do sonho

25/03/17

Conto um sonho para divertir os afeitos à Psicologia e, quiçá, à Psiquiatria. De início, saibam ser pano de fundo de meu universo onírico, nos últimos tempos, me encontrar sempre perdido bem longe dos lugares conhecidos e, invariavelmente, em busca do caminho de volta.

Isto posto, lá estava em local desconhecido, num lugar cheio de ladeiras e curvas e ruas estreitas por onde circulavam veículos sobre trilhos... não! Não vi trilhos nas ruas, mas os coletivos lembravam os bondes mais modernos. Tentava descobrir o melhor jeito de sair dali e a angústia me levou a perguntar a quem, no momento, passava por ali.

Tratava-se de uma jovem, de boa aparência com um esboço de sorriso mas, ao falar-lhe, veio em nossa direção um dos tais veículos e temi ser esmagado naquela curva contra uma mureta, existente rente ao meio-fio (para possibilitar degraus na calçada), e por estar na rua e não na calçada, esgueirei-me o mais que pude junto ao obstáculo enquanto o tal bonde passava bem no limite, mas sem danos além do susto.

Tanto bastou para uma guinada no filme, digo, no sonho e agora me via sentado lado a lado com a tal moça (talvez num dos bancos do bonde?) com quem conversava e nosso diálogo, do qual não restou palavra, aparentava ser muito agradável para os interlocutores. Eu, pelo menos, percebia o quanto ela gostava...

Neste momento, percebi seu ombro desnudo e muito perto de mim. Inclinei-me e o beijei de leve, uma, duas, várias vezes. Olhei para seu rosto e a achei bonita. Desaparecia a aflição de me encontrar perdido, encontrara alguém...

O editor de sonhos em mim, em corte brusco, muda para uma cena onde a jovem suspende a blusa por um momento e exibe seus seios de juventude e, ao mesmo tempo, se reclina sobre o assento, agora de aparência mais confortável... Neste momento, acordei.

Sat, 25 Mar 2017 16:51:17 -0300

que corajoso, contar um sonho assim íntimo!!!!!!! na internet!!!!
pra variar, muito boa a sua escrita.

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Não me parece necessário coragem para contar um sonho, é apenas um sonho. Vai-se com as "milhares e milhares de imagens" que, como disse Buñuel, "surgem assim cada noite para dissiparem-se quase que imediatamente, envolvendo a terra num manto de sonhos perdidos".

Somos herdeiros dos instintos fundamentais de sobreviver e procriar. Certamente se eu fosse mulher, teria sonhado com algum príncipe, um belo rapaz ou algo parecido. Nossas "intimidades" fazem parte da consciência da humanidade, de nosso inconsciente coletivo.

Quanto à escrita, são quase vinte anos de aprendizado. Merci.


Tue, 28 Mar 2017 19:32:37 -0300

Recebeste a mão amiga de sua anima.

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Nossa, que poético!
Obrigado.


Thu, 6 Apr 2017 23:22:15 -0300

Alegria de viver,o amor

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Pois é... nosso cérebro é um mistério.

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