(de esporadicidade imprevisível)

As Diomedes

30/12/17

Uma queima de fogos como a de Copacabana nas Ilhas Diomedes, no Estreito de Bering, tornaria ainda mais patético o disparate da comemoração de réveillon ao redor do planeta. Duas pequenas ilhas, uma norte-americana e outra russa, estão separadas pela linha da data, ou seja, quando é dia primeiro na Grande Diomedes, da Rússia, ainda é dia 31 na Pequena Diomedes, parte do Estado do Alasca, dos Estados Unidos, onde o dia primeiro de janeiro só "acontecerá" 24 horas depois!

Ilhas Diomedes no Estreito de Bering 
Ilhas Diomedes no Estreito de Bering

A distância entre as duas ilhas do Arquipélago de Diomedes é de menos de quatro quilômetros! Assim sendo, os poucos moradores da "cidade" de Diomede, no lado Oeste da ilha pequena, de frente para a ilha maior, poderiam assistir ao foguetório de celebração do novo ano, dos russos, bem no início do dia 31 de dezembro em sua ilha e aguardar mais uma volta da Terra sobre seu eixo para, só então, levar as chamas de seus fósforos aos pavios de seus rojões. Todavia não existe uma cidade na inóspita ilha russa.

O povoado de Diomede
O povoado de Diomede

A situação parece absurda pela proximidade das localidades com datas distintas, mas traduz bem a arbitrariedade do "momento do início" do Ano Novo. Deixando de lado as ilhas remotas e setentrionais, o mesmo fenômeno se replica ao longo de um dia conforme a meia-noite se sucede segundo a rotação do planeta, a partir da Nova Zelândia, Austrália, Japão, países da Ásia, depois do Oriente Médio e do leste da África, antes do momento da Europa, sempre de leste para oeste, do jeito que foi com Colombo e Cabral, para chegar a vez das Américas, a começar pelo sul e seguir pelo extenso vazio do Canadá até o Alasca e sua pequenina ilha Diomedes, com o povoado de Diomede, cujos habitantes são um dia mais jovens do que os visitantes da ilha de Ratmanov, fronteiriça e também chamada de Diomedes Maior.

Seja quando for, viva 2018!

Sat, 30 Dec 2017 16:07:28 -0200

O cenário da sua queima de fogos. A câmera está na ilha russa.

Bering

Abração

Ebert

Não acredito, você esteve lá!
Sei que você é um grande e intrépido viajante, mas ir àquela latitude visitar duas minúsculas ilhotas é demais!

Obrigado pela ilustração.

TRÉPLICA: Não é minha não! Achei na NET. O mais exótico em matéria de ilha prá mim foram as Falklands....

Abçs

Ebert


Sun, 31 Dec 2017 00:19:08 -0200

Se meus primos que moram em Recife, no mesmo fuso horário que o sudeste, festejarão a entrada de 2018 uma hora depois por uma decisão de governo, não importa, viva 2018!!!

      sem assinatura

De fato, não comemoramos a passagem da Terra por um dado ponto de sua órbita, escolhido como início e fim do ano mas, sim, a meia-noite, um fenômeno local e sujeito a idiossincrasias governamentais.

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