10 de maio de 2009

Do futuro

16/01/19

A máquina da vida continua a rodar com as mesmas duas regras fundamentais: sobreviva como indivíduo e se reproduza. A programação biológica com vistas a garantir estes objetivos é extremamente poderosa e tem obtido sucesso ao longo das eras, seja na pequena colêmbola ou em uma baleia-azul. Nossos "softwares" priorizam com eficácia aqueles objetivos.

Enquanto debatemos bomba de hidrogênio ou a posse da carabina, emissões de gases nocivos ou muros a demarcar fronteiras, inteligências artificiais ou a divisão da riqueza empilhando palavras sobre palavras em incontida verborragia, a máquina da vida roda ao fundo enquanto empilha gerações.

O futuro só existe como especulação, por mais que autores de ficção científica tenham acertado inúmeras previsões feitas no passado, muitas outras se mostraram estapafúrdias e passaram bem longe do que a realidade produziu e o holocausto nuclear vem sendo adiado há quase um século.

Cada indivíduo, seja um ser humano ou uma pulga, uma trepadeira ou uma hiena, um urubu ou um louva-deus prioriza seu momento seguinte, sua próxima cópula ou refeição e o futuro se tece do somatório de muitos bilhões de individualidades com programação neural para sobreviver e se multiplicar. (No caso dos vegetais, não se pode dizer neural, mas seja a que for equivalente.)

Mesmo que um superpoderoso computador pudesse calcular a resultante de tantas decisões individuais, como um haríolo artificial, eventuais fatores astronômicos ou ambientais poderiam interferir decisivamente em tais previsões.

Por mais que se busquem soluções coletivas, através de políticas, ideologias ou campanhas publicitárias, a determinação biológica do comportamento do indivíduo se sobrepõe a ideias, intenções, políticas e campanhas.

O passado confirma ter sido deste jeito ao longo da História.

Wed, 16 Jan 2019 20:54:37 -0200

Muito bom! Como sempre.

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Obrigado.

Que surpresa agradável!


Thu, 24 Jan 2019 11:27:19 -0200

Acabo de ler o que você escreveu aqui... Ou seja: não entendi quase nada... digamos. Claro que estou brincando... ou quase. Que pena passei tanto tempo sem ver o que escreveu. Acontece com todo mundo, né? Vou tentar mais uma vez. Mas ainda falta muuuuito pra ser uma pessoa com a sua... CATEGORIA....

      sem assinatura

Obrigado, muito obrigado.

Insistirei na tentativa, como aprendiz, de chegar a um texto mais direto, de mais fácil compreensão.

Também brinco, a ecoar seu invejável humor... ou quase.

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