autor sem barba - 1999 crônica do dia

Endoidou

21/08/07


A notícia lembrou: existe um código internacional com minúcias de como se deve tratar um prisioneiro de guerra, filho da Organização das Nações Unidas ou de um de seus apêndices, isto é, a maioria dos países acha normal haver um prisioneiro de guerra, ou muitos se for o caso e, assim, aceita, concorda e aprova a guerra. Pois se trata de condição primeira e indispensável para a existência de um prisioneiro de guerra.

E a barcaça apita e a maré balança e a manada segue o rabo que lhe afaga o focinho. Aspergem-se bolsas como panacéia universal, como sal e soldo de cada soldado eleitoral que, tiquetaqueando de ano em ano se presta a ser dos animais o mais útil - ah, professorinha e suas classificações simplórias, quanta verdade na pureza das intenções! -, mais até que a vaca, pois que desses até o berro tem proveito. Problema? Bolsa neles. Qualquer cortesã conhece e usa a técnica desde que o mundo é mundo ou, desde a primeira bolsa.

Tiroteio? Saca a bolsa! A fome não zerou? Abre a bolsa! A mágica do três? Tira da bolsa! O papagaio: "mágica besta!" e a maré sobe e a maré baixa e a sociedade se tece em transações monetárias. O diabo ri e sacode o rabo e há promesa de prêmios para a escola melhor, para o aluno estudar, para o professor ensinar para o guarda não roubar... Mais um pouco e virão as recompensas por você comer e...

A barcaça apitou, a maré balançou e, chegado o tempo, Jeová ordenou que um de seus arcanjos, em purpúreas e cardinalícias vestes, descesse, ou subisse - o que sobe, o que desce, fora deste reino de matéria, onde toda massa impõe inflexível a gravidade de sua presença? -, aos infernos, descesse, ou subisse aos infernos com o fito explícito de convidar Lúcifer ao conclave de conferência e balanço das almas. E como ninguém é de ferro, para tomar umas e outras e jogar conversa fora.


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