Não espalha

14/08/07

A teia de comunicação organizada age com múltiplos comandos e sugestões e até quem dela consegue independência sabe que o mundo da grana, há dias, sofre convulsões ou dores de barriga de efeitos retumbantes.

Minha miopia vê mercados financeiros, analistas econômicos banqueiros e tudo isso como uma 'Las Vegas' universal, um monumental cassino das nações, que não passaria, em minha cegueira, de pura jogatina - um "Banco Imobiliário" de meninos e meninas crescidinhos.

Neste caso, ante as mirabolantes explicações que ouvi, martela-me a memória como nota persistente, outra, que F. R. Nickelsen assim traduziu do livro "The Age of Uncertainty (A Era da Incerteza)", que John Kenneth Galbraith escreveu para uma série de tevê, a pedido da BBC, de Londres, em 1977 (tempos depois a tevê Cultura a exibiu aqui). Diz Galbraith:

"Então veio a segunda descoberta em Amsterdam, embora o princípio fosse conhecido em toda parte. Os depósitos assim criados não precisavam ficar no banco inativos. Eles podiam ser emprestados. O banco então cobrava juros. Quem contraísse um empréstimo então passaria a ter um depósito que ele próprio podia usar. Mas o depósito original continuava a crédito do depositante original. Esse montante também podia ser usado. O dinheiro, isso é, dinheiro para gastar, acabava de ser criado. E que ninguém se espante com isso - o processo é utilizado todos os dias. A criação de dinheiro por um banco é simples assim, tão simples na verdade que, como já disse muitas vezes, a idéia chega a ser posta em dúvida."

"O importante, é claro, é que o depositante original e quem contrai o empréstimo nunca devem ir ao banco à mesma hora para depositar - ou para retirar o dinheiro. Têm de confiar no banco. Confiar a ponto de acreditar que ele não esteja fazendo o que naturalmente faz."

Em tempo, detesto jogos.

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