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NOTINHAS

11/09/03

Não sei se o primeiro mundo se diverte, mas a nós, certamente ele diverte. Chega notícia, por exemplo, da morte do carvalho de Maria Antonieta - não dona Sabrina, eu disse carvalho de Maria Antonieta, a dela é mais antiga - depois de muito tentar salvá-la, o jardineiro de Versalhes decretou a morte da árvore famosa, plantada pela mulher cuja fama veio de zombar do povo, muito mais do que da ação rapidíssima da lâmina em seu pescoço, afeito a colares e carícias, em fração de segundo que a tecnologia da época não poderia retratar.

O carvalho da rainha continua de pé. Ficará assim até que desabe por si, para que melhor se aproveitem as vantagens de milhões de turistas que vêm para ver a plantinha que, nos jardins do castelo, sua majestade plantou... entre um brioche e outro.

É dia 11 e faltam 111 dias para acabar o ano; 12 para o equinócio, quer dizer, em menos de duas semanas para a primavera, com ou sem frio. Nada anormal com as temperaturas baixas no sul, sudeste e parte do centro-oeste. Todo ano nos espantamos com essas baforadas frias, até o começo de dezembro.

A chamada mídia é sensível aos apelos que promovem interesses e tem dificuldade em olhar com isenção. Os Estados Unidos são grandes promotores do que lhes convém. Apelam para a emoção. Música, cinema, tecnologia, modo de viver, comida, tudo mostra quanto os norte-americanos sabem vender. São, sem dúvida, os melhores camelôs do mundo.

Hoje, todos falam dos dois mil e sei lá quantos "mártires" do World Trade Center, do discurso comovido do prefeito de Nova York ou do irado de Bucho, mas ninguém chama de mártir aos mortos do Afeganistão, do Iraque, de Israel, da Palestina e, há mais tempo, os do Vietnã, da Coréia, do Brasil, da Argentina, do Chile, do Chile onde, em outro 11 de setembro, há 30 anos, Salvador Allende se suicidou...

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