A tão cantada crise financeira (ou econômica, ou ambas) multiplica súplicas por toda parte. Na rua, o mendigo é mais incisivo, demanda com mais agressividade; nas mídias, muitas organizações reclamam ajuda com apelos pungentes.

Profissionais de informação e de propaganda doam ou vendem seus talentos em rogos de ajuda para tal ou qual instituição. Buscam provocar decisões pela emoção mais que pela razão.

O vozerio de fundo apela à caridade. Clama-se por uma equidade relegada, na estrutura de nossas relações, a gestos furtivos de transações com uma hipotética vida post mortem. Não se cogita, todavia, dividir a riqueza do homem pelos homens - a matemática simples aboliria ricos e pobres.

Nascemos e crescemos na sociedade tal como é e por isto ela nos parece "natural" e até justa e bem-ordenada, apesar de ouvirmos todos os dias sobre misérias por toda parte.

Volto com obsessão rodriguiana ao antigo pecado mortal com o qual se convive, hoje, a cada passo: a usura. Os economistas justificam com a lógica mais pura da razão a remuneração do dinheiro, o pagamento de um trabalho imaginário.

Não sou especialista em nada e desconheço toda Economia e suas ramificações, mas observo-me nesta sociedade e a usura, a aceitação da remuneração do dinheiro, me parece raiz de inúmeros males, mesmo sem gostar de generalizar.

As redes sociais estimulam o compartilhamento de ideias, imagens etc. Jamais propuseram, no entanto, o compartilhamento da riqueza (a começar pela dos donos das redes). É tácito o silêncio quando se trata de compartilhar bens, propriedades, enfim, a riqueza do homem.

Recolho-me à minha ignorância ante um tema debatido há milênios e ainda a nos questionar. Parece-me possível uma sociedade prosperar sem a cobrança de juros, onde se doa mais e se recebe mais, mas quem sou eu para opinar.

desenho de Sandra Abdalla (por mim mal conservado)

Mon, 19 Dec 2016 10:39:22 -0800 (PST)

coracao, vc eh uma pessoa q nao pensa soh com a cabeca ...
adorei, concordo com vc

tbm adorei o desenho ... Sandrinha! vc ainda tem contato cm ela, se tiver, manda um bjao

nossa os bons, otimos, maravilhosos tempos da enfoco, escola de fotografia

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Há algum tempo a Sandrinha não escreve mais, provocada pelas crônicas, mas se tiver contato com ele mandarei seu beijo ou beijão.

Concordo com você: em torno da enfoco - Escola de Fotografia muita coisa boa se constelou.

Quanto mais acompanho o noticiário mais os juros me parecem inoportunos e nocivos demais.

Tue, 20 Dec 2016 08:30:19 -0200

Muito bom! E oportuno...
Boas festas pra todos vocês!
Bjs
Ana

Obrigado.
Para vocês também: boas festas!

Sat, 24 Dec 2016 16:30:11 -0200

Sem juros nem juras....

Pra variar, de novo, belo texto...

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Cada dia a Economia que fizemos me assusta mais...

Obrigado.