crônica do dia

 

Simplicidade complicada

23/10/00

Meu primeiro deslumbramento foi poder escolher a cor que quisesse para o fundo da página. Havia aí um ingrediente extra: por muitos anos procurei o melhor meio para mostrar aos alunos da enfoco como se misturam cores, tanto com luz como com pigmentos. Agora, na tela do computador tudo parecia tão fácil! Bastava apertar um botão, ainda que esse apertão se chamasse clique e o botão não estivesse entre as outras cento e tantas teclas, mas num dispositivo que portugueses chamam de rato e brasileiros, mouse.

Deslumbrado, engalfinhei-me com códigos de cor - nada mais importava! Como não dispunha de software apropriado, usava a calculadora do sistema para converter números decimais (de 0 a 255) em hexadecimais (0 a FF) necessário às páginas... Dava um trabalho danado, mas dava certo. A briga levou a uma página de aparência dourada - Zero Aries. (Nada garante que a versão atual guarde as cores originais intactas...) A empolgação me fazia ver, até, um aspecto metálico naquela cor. Mais uma vez eu me fascinava com a facilidade com que os olhos podem ser enganados! A página foi a primeira, a verdadeira semente de todo esse emaranhado, hoje, com umas 550 páginas, 548 por exatidão.

As crônicas começaram meses depois. O abuso de cores e efeitos tinham feito de mim um admirador da simplicidade - letras pretas em fundo branco. Metro, sim. Paris, não surgiu com as cores default... só faltou o fundo, que era branco. Faltou coragem para deixar o cinza que os softs da época usavam como default. Ontem achei este modelo antigo. Pareceu-me muito melhor que todos os berros dos últimos tempos...

 

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