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Três amigas09/07/02Três amigas ecoaram os grandes frios de ontem. Três carinhos aqueceram um dia gostoso, quente e de céu azul. Não publico as cartas, mas roubo pedaços preciosos para repartir delícias como peixes e pão, ao infinito, sem cogitar de direitos ou torturas de autor. A primeira me conta que sua mãe, também européia, concordava com a opinião de que se sente muito mais frio aqui, "num país tropical, do que durante os invernos rigorosos nos Bálcãs". Adiante, ela ainda observa que o inverno faz as pessoas mais elegantes. É claro que o público masculino poderia preferir os desfiles de moda nas areias quentes de Ipanema, em pleno verão. Cada qual com sua opinião e seus motivos. Gosto... Aliás, minha amiga diz, no final, que também gosta do verão e da "languidez quente" e lembra que a vida seria chatíssima se fosse sempre inverno ou sempre verão. Viva as quatro estações, ainda que onde só haja duas! A segunda confirmou a magia da manhã cristalina e fria, e assinalou o quão raras são tais manhãs nessas latitudes tropicais. Formulou votos, sonhos e desejos. Exaltou as delícias do frio, que faz com que o ar que respiramos se exale cheio de vapor e nos dá a sensação de renovar energias e estimular o corpo e a mente e... A terceira completou e me valeu por quatrocentas crônicas, e mais. Disse que, para ela, a segunda-feira começara com mais cara de segunda-feira do que nunca, com restos de ressaca, física e, principalmente, psicológica. Disse que se sentia deprimida, triste, com vontade de chorar. Aí contou que aquela crônica funcionara de algum modo para mudar seu humor! A fizera notar o belo dia ensolarado e sair para caminhar. Ao voltar, já era outra. Quando comecei, há cinco anos, uma senhora, inconformada, me perguntava por que fazer essa crônica a troco de nada. Não soube explicar a ela a paga que poucos reis podem ter. |
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