Esta croniquim foi feita ontem à noite. Depois, procurei confirmar a notícia e... nenhum vestígio dos dados! (Assustou a quantidade de entidades devotadas à paz mundial...) Desisti de publicar. Hoje, à tarde, lembrei de que a esperam para acompanhar o chá...
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Há uma locução que só ouço de uma amiga: "é que nem coito de galo" - refere-se à superficialidade ou urgência com que um assunto é abordado. Para ela, notícia na televisão é que nem coito de galo. O tempo que muitos profissionais dedicam a seus clientes, idem etc.
Quem não conhece de perto galinheiro precisaria prestar atenção aos pombos da cidade ou aos sabiás, bem-te-vis e outros pássaros para alcançar todo o significado da imagem.
Ontem, ouvi de raspão notícia no rádio, notícia menor que coito de galo e, quando pensei que viriam detalhes, o futebol ou as fraudes na apuração das escolas de samba invadiram a passarela hertziana.
Trata-se de um índice divulgado - pelo menos aquilo que entendi - que resumiria todas as teorias políticas, sociológicas e antropológicas do mundo: entre outros indicadores da pujança da economia do mundo, disse o locutor que os gastos militares dos Estados Unidos aumentaram no último ano e já chegam a 46% da despesa mundial. Eu repito: os Estados Unidos da América do Norte gastariam - se entendi bem - quase a metade de tudo que a humanidade inteira produz para matar seres humanos!
montado a partir de imagens da internet
Talvez o dado se refira ao total de gastos militares, 46% do total de gastos militares. Isto muda a matemática e não encontrei mais nada sobre o assunto.
Números são eloqüentes, deixam tudo claro e emudecem qualquer argumentação. Quarenta e seis por cento de bombas, foguetes, aviões, gases, e sabem deusas e deuses que diabo mais. Isto seria a metade da pizza! Mal cortada, vá lá, mas metade. Metade de tudo que se produz seria destinado a matar! O objetivo oculto de toda faina, de tanto esforço seria exterminar outros homens e mulheres e crianças. Quanto ao resto, bem, o resto ficaria para todo o resto...
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