Que poderia me dizer o comentarista de política, o colunista especializado, o analista ou até, pasme leitora favorita, o cientista político, pasme ao menos para me fazer companhia na perplexidade de ver o quê assim se intitula ciência, como poderia qualquer um deles me contar da realidade?
Em verdade, não poderiam. Nada teriam a dizer da realidade por que nada sabem. Não passam de personagens da comédia geral. A verdade última das lides da coisa pública - ahrg!, parece imoralidade, não? - é uma rede oculta, que não tem consciência de ser rede potencial nem de deter, também potencialmente, um poder monumental: a verdade dos subterrâneos da política, aqui ou em qualquer lugar do mundo, dorme com os cônjuges. Foi sem querer mas, nos dois sentidos, vejo agora.
Imagine um pouco, o que o Ali Lulá, por exemplo, pensa do Chaves ou do Renan ou do Dirceu ou da Marta ou da Clécima, assistente do gabinete da presidência etc. Ele não dirá para ninguém, por uma questão de sobrevivência, mas precisa dizer. Ricos pagam caríssimo a um analista para satisfazer a esta imperiosa necessidade fisiológica. Para um político, tal solução seria muito arriscada.
Aí, sobra o cônjuge. Para o político, mais que filhos, o cônjuge faz terapia. Não precisa entender nada do riscado, ele é o confessionário! O desabafo imprescindível culmina nos ouvidos do cônjuge. Imagine, Ali Lulá conta tudo para Mariza - salvo, é claro, a menção à Clécima, talvez.
Como a maioria dos políticos ainda é de homens, a maioria que detém o poder desta informação é de mulheres. Se uma começar a trocar informações com outra e esta com uma terceira e assim por diante...
Ah... a RIA, a grande "Rede de Informações de Alcova", poderia ter mais poder que qualquer Alcaida! Ria, se não precisar chorar devido à baixa umidade do ar.
CUIDADO, se for usar como terrorista.
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