A lua e as nuvens
11/05/17
Outrora os poetas cantavam a lua cheia a despontar por detrás de verdes morros, matas viçosas ou longe a se esparramar liquefeita na superfície do mar. Hoje e aqui, algumas nuvens se infiltram a partir do oceano e prenunciam o "nascer" de nosso satélite natural por trás dos prédios circundantes, mas a cena vale. Cresce a cada momento a luminosidade nas nuvens em movimento... Infelizmente, crescem também as massas de água boiando no ar em célere deslocamento de sudoeste para nordeste. Aos poucos, se fecha aquele quadrante da abóbada e, por enquanto, a lua cheia não se mostrará. O encanto usufruído por nossos antepassados, ao contemplarem em noite escura o Universo, se perdeu para sempre. A própria Lua se vê, hoje, apenas como mais um satélite deste planeta envolto por densa casca de objetos circum-navegadores mais ou menos identificados. Passou a massa maior e mais densa da nebulosidade. A lua cheia, redonda e sorridente... Sorridente!?! Enlouqueceste? Está bem, redonda e... mas a sinto como se me sorrisse, permitam-me tal licença. O fato é já ir alta sobre o telhado do velho prédio a grande bola iluminada pelo sol. Outra vasta massa de nuvens apaga, de repente, todo o espetáculo. Nenhuma transparência, nada. Caprichosamente, entretanto, um estreito rasgo na nebulosidade deixa à mostra Júpiter mas, é óbvio, trata-se de um instantâneo. Logo o planeta será também excluído de nossa visão. Assim se seguiu a noite de lua cheia, sob o desfile de nuvens apressadas, como uma prévia das futuras frentes frias vindas do continente antártico à medida que a noite ali se faz mais profunda. O inverno, por aqui, pouco a pouco se fabrica com a diminuição da insolação e em pouco mais de um mês celebraremos o momento em que os dias voltarão a crescer, o solstício de junho, com as noites de São João. |
Thu, 11 May 2017 15:35:12 -0300 Sempre grata! E saudosa. Bj grande! sem assinatura Amiga, obrigado. |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior|