"A bolsa ou a vida" - dizia larápio requintado de um tempo que não voltará. 'A bolsa é a vida', poderia retrucar alguma dondoca afeita à afetação... A bolsa voltou à lembrança de leitora primeiríssima que esbarrou, por acaso, de novo na velha belezaria. Lá, reviu páginas tecidas em mutirão, há quase doze anos, e comentou: deleitei-me com nossas pegadas e ao redescobrir o questionário sobre as bolsas e o que elas encerram... Acrescenta: ainda acho o tema interessante. Ele bem que poderia renascer em uma crônica. Volto ao recanto antigo e não identifico as cinco hóspedes diletas de então. Quais leitoras por trás dos apelidos!?! Ora, se esqueço alguma das cinco belezas daquele jardim, muito menos me lembraria da riqueza e sinceridade plantadas ali. Tudo se originou numa missiva pioneira deste sítio, de 25 de junho de 1997, da qual copio: "Penso em simplesmente levantar e ir embora passear (veja o detalhe... SEM NEM PEGAR A BOLSA!!! - porque será que as mulheres sempre falam em pegar a bolsa e sair !!)" "Me diga, você como homem, o que é que acha dessa relação íntima que as mulheres tem com suas bolsas??? Acho uma coisa maluca..." "Já vi sair de dentro delas tantas coisas que nem te conto..." As bolsas femininas me impressionaram, primeiro, por exigirem lugar à mesa nos restaurantes, como qualquer pessoa, uma terceira cadeira à mesa do casal. Embora jejuna, ela se alargava no espaço. Outro dia, uma amiga me contou da surpresa de um ladrão, durante uma coleta coletiva, ao achar em sua bolsa... um fuminho. Ao contar, procurou pela bolsa, ao lado, numa confortável cadeira e, ao pegá-la, gigantesca, ficou patente quantos mundos se encerravam ali - e como pesava a tal bolsa! Eis o tema outra vez aí para quem o quiser dissecar. Qual seria a coisa mais inusitada que uma bolsa já encerrou? |
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