Aleluia! Foi-se o Pan, não o semideus que, de canas ou talos, fez a gaita que Ari Barroso celebrizou a cada gol do Flamengo, mas o outro, que tomou todo espaço e calou, sem cerimônia outros hinos, outras vozes e pôs por terra todo gesto, todo sussurro que não empinasse uma tocha ou ostentasse medalha e, imagino por que não vi, escorresse suor a sublinhar músculos de história em quadrinho. Foi-se! Aleluia! Não se ofenda se destoa meu gosto. Nem todos acompanham a maioria, malgrado o hercúleo esforço que, para tanto se faz - anunciantes, publicantes, os de lucros não cessantes e outros menos interessantes. Ainda hoje, grande fatia ainda disfarça para assoar a última lágrima da emoção do show do Pan, como dona Matilde que, cheia de boas intenções, chegou à sala de aula e avisou à criançada, cheia de orgulho: hoje tem olimpíada de conhecimento. Certa de que sua idéia era ótima, criativa, estimulante e - estava tão entusiasmada, que ia acrescentar à lista de adjetivos, que a si mesmo atribuía, entorpecente, mas segurou-se a tempo - Matilde, no recôndito de seus espelhos, pavoneava e sonhava com uma promoção. A professorinha não iria ver, ela também fruto de um ambiente que estimula a competição desde o berçário - olhe, o nosso bebê não é o mais lindo? - não podia, eu dizia, compreender, que estimular a comparação, o competir, que ao colocar o outro como adversário, ao fazer do amigo, da colega, do irmão quem se deve vencer, seja no que for, é o primeiro passo rumo ao Iraque, Afeganistão, Gaza, Irã... A guerra já começa na Maternidade. Depois, das mães se esperaria, não fossem vítimas como Matilde, que se pusessem à frente dos filhos e bradassem - não, meu filho, não. Não irá matar e morrer! No entanto, os exércitos falam dos batalhões de mães que calaram diante do rapto de filhos adolescentes. |
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