Obrigado dona Vaca |
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"aspas" o berro da vaca é útil para ela e para o bezerro. |
Como se vê, a vaca foi pro brejo. Acho que foi dar uma banda, a Mimosa, quiçá encantada pela cantoria brejeira. Pela cantoria, não com a cantoria, pois trata-se de encantamento - coisas do gênio do brejo e do tal sapo cururu, ainda a espera do beijo de uma princesa. Todavia, já não se fazem princesas como antigamente. A vaca foi pro brejo e deixou o berro. Desde de pequeno ouço dizer que é a única parte da vaca que se perde. A vaca é um animal útil. A fonte: uma professora de escola pública. A visão é utilitária: digo útil, a senhora vaca, porque cede suas carnes e tripas para aplacar minha fome. Empresta suas tetas à minha sede. Sua pele... nossa! - falo da vaca, não? Sua pele é útil para fazer luvas de pelica, certo fessora? A fome da vaca não ronca em meu bucho. É útil porque até com o bucho dá pra fazer uma dobradinha. Como se vê, teria tirado um redondo zero em redação, por isso, berro! A vaca rumina. Capim. Não sei se idéias também. De qualquer forma agradeço a esse animal utilitário, proveitoso do filé à merda, pelo berro. Para mim, foi útil. Entre crônica e ensaio, graças à vaca, me saio com essa - ou melhor: o que sai aqui é um berro, inútil como o da vaca, que só interessa ao bezerro e ao touro, talvez. Obrigado, dona vaca, agora já posso berrar tranqüilo: meu berro se perde, como o seu. |
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