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Burrice04/06/03Oncologistas reunidos em congresso, nos Estados Unidos, sugerem campanha contra o fumo com atitudes como sobretaxa de dois dólares por maço e outras medidas radicais, apoiados em projeções das futuras vítimas fatais do vício. Usaram, em sua argumentação, uma frase fabulosa: "a única arma de destruição em massa que existe no mundo, hoje, é a produzida pela indústria do tabaco". A notícia não informa se o presidente bucho se manifestou. Fico perplexo com minha burrice: como não percebi óbvio tão óbvio, a ulular mais do poderia sonhar Nelson, quando noticiários ecoavam a reza de Washington e pintavam para a humanidade futuro banhado de efeitos especiais hollywoodianos a repetir "armas de destruição em massa" como metralhadora? Assim se aprende o tamanho da própria burrice! Outro dia o presidente sindicalista foi à "cúpula" dos manda-chuva, com o manda-bombas mor e tudo, e expôs um plano mundial de fome zero - se deu ibope aqui, deveria dar no planeta também. Acertou: o discurso ecoou e se multiplicou, mas ninguém se comprometeu com nada, a lembrar o ditado (e jogo de palavras) da tradição rabínica, que diz que "se conhece uma pessoa através de seu copo, bolso e ódio (Kossó, Kissó ve-Kaassó)", com ensina Nilton Bonder, em "A Cabala do Dinheiro". Era a cúpula do bolso e ninguém se comprometeu, só promessas de providências, como na piada infame. O presidente operário propôs obter dinheiro de uma espécie de imposto sobre a venda de armas - fácil inventar dízimos e criar impostos! - e todos acharam bom. A imprensa global e comentaristas internacionais fizeram elogios ao presidente. Quase ninguém deu atenção à voz solitária, que assinalou o terrível estímulo armamentista implícito na proposta: quanto mais se vender armas, mais se arrecada... Também não o vi de pronto. Quem nasce burro... |
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