Wednesday, December 07, 2005 12:41 PM
nunca tinha pensado na memória como algo morto. incomodo-me com fotos também, ainda mais quando o desejo de consumir o passado vai além da realidade.
gente com filhos pequenos hoje em dia é terrível. as pessoas sabem que aquele momento passa e não volta, e, em apresentações de escolas ou teatrinhos ou sei lá o quê é impossível assistir a qualquer atividade que as crianças tenham feito por causa da quantidade de pais desesperados em cima delas. clicando, fotografando, filmando.
e a foto do casamento ou da lua de mel? essas eu nunca tive na sala de estar. que estranho tê-la.
belo assunto, clode.
beijo
sem assinatura
Sim, não se trata de fotos, afinal, mas do ímpeto de querer reter a vida, do desejo de possuir.
Ser dono de um pedaço da vida, através de uma imagem, ou de outra pessoa, que dizemos amar. Temos medo de perder. Daí, querermos ter.
Meus netos vivem no Rio e meu contato com eles é escasso. Essas cenas de pais na escola etc., também. Estamos construindo uma sociedade em cima do medo e da bisbilhotice. É preciso confiar, em vez de desconfiar e dar espaço para que a vida possa fluir sem censura ou sentença a cada gesto.
cronistaprendiz
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