"Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com uma carta na mão..."
Que saudade do tempo em que as cartas chegavam assim, com envelope, com selo, com a letra da pessoa que escreveu...
Saudosismo? Talvez...
Tenho saudade da materialidade das coisas... o mundo está ficando esquisito não é?
sem assinatura
PS: Informação posterior e complementar: a música é "Mensagem" de Cícero Nunes e Aldo Cabral
Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão. Ah que surpresa tão rude, nem sei como pude chegar ao portão. Vendo o envelope bonito o seu subscrito eu reconheci. A mesma caligrafia que me disse um dia estou farta de ti. Porém não tive coragem de abrir a mensagem fiquei na incerteza. Eu perguntava em silêncio, será de alegria? Será de tristeza? Quanta verdade tristonha, mentira risonha, uma carta nos traz. Assim pensando rasguei sua carta e queimei para não sofrer mais.
Sim! Também tenho tentado entender onde acaba essa estrada que transforma TUDO em bit, bytes, sinais ininteligíveis para nós, bichos, que ainda não viramos máquinas e se diverte ao tornar o "mundo virtual" mais e mais ficção, como se já fosse possível prescindir da matéria e comer idéia de feijoada, beber um ótimo uísque imaginado e água da fonte da suposição... É um mundo fantástico, sem poluição do ar nem esgoto para jogar no mar azul 11,111,181, da tela do computador! Sim, tá ficando esquisito, muito esquisito... Você resumiu maravilhosamente: "saudade da materialidade das coisas". Acho que é disto que padeço também. Para variar, não conheço a música. É letra de música, né?
cronistaprendiz
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