[No fim, cada mania acha seu louco.]
"Publique-se. Revoguem-se as disposições em contrário." - fosse o Imperador e logo decretaria a imediata publicação de preciosa correspondência que me manda leitora primeiríssima, e recebi com surpresa e alegria sobre 'A grande RIA', croniquim de outro dia. Não sou o Imperador, mas cá publico o que me apraz. Eis, pois, para maior esclarecimento de todos e instrução geral da nação, a esclarecedora missiva.
Impossível não lembrar Schopenhauer que, em meio a um texto onde execra a Mulher, "Esboço Acerca das Mulheres", no entanto, ressalva que, "em circunstâncias difíceis é preciso não desdenhar recorrer, como outrora os germanos, aos conselhos das mulheres" e, depois de dar os porquês, finaliza: "as mulheres têm decididamente um espírito mais ponderado, e não vêem as coisas senão tal qual elas são; ao passo que nós, impelidos pelas paixões excitadas, aumentamos os objetos, e aperfeiçoamos quimeras." Pouco me importa a verdade dos fatos, o disse-me-disse. Dois aspectos me sobressaem da cartinha. Primeiro, a babel de sentimentos em que se teceu a psique humana e, depois, quanta riqueza advém do compartilhar pontos de vista. Isto, que pode parecer absurdo em um eremita, é mania velhíssima. Desde de jovem, muito jovem, o ermitão ensaiou periódicos que, no fundo, buscavam as 'cartas de leitores', sempre o melhor em qualquer publicação. |
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