Clode,
Não raro me identifico com suas crônicas e, assim, me sinto menos só.
Mando a você um poema - meu costume nessa época do ano: mandar poema aos amigos.
Como não sou poeta, faco minhas as palavras de outra.
Motivo (Cecília Meireles)
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
***
Beijão,
Rô.
Que eco maravilhoso! Obrigado.
cronistaprendiz
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