(de esporadicidade imprevisível)
Catástrofes
08/02/19
O verão brasileiro tem recebido sucessivas notícias de tragédias. Primeiro, no dia 25 de janeiro, a avalanche de mortos de Brumadinho, em Minas Gerais, com cerca de 400 perdas por morte sabida ou intuída; depois, a tempestade intempestiva da noite do dia 6 de fevereiro, madrugada do dia 7, acrescentou seis mortos ao rol das tragédias e, hoje, um incêndio nos alojamentos do Flamengo matou dez pessoas e hospitalizou mais três, muitas das quais jovens com o sonho de obter fama com futebol. A reação das pessoas a tais eventos, que atingem em cheio o inconsciente coletivo, foi profundamente modificada sob influência da mídia eletrônica, em particular, das redes sociais. Controlar mentes dá mais poder que os grilhões do passado e os já poderosos disputam com avidez os meios de se apossar da mente alheia. Sabem ser a mente humana accessível pela razão e/ou pela emoção. Se a multidão reagir em uníssono aos "berros" dos divulgadores, poderá ser mais facilmente tangida consoante os designos desses boiadeiros do grande rebanho da humanidade. A essa altura as redes sociais funcionam para dar a ilusão de participação ativa, projetando cada indivíduo como herói por ecoar os slogans, vídeos e bordões criados pela mídia ou, até, por agências de propaganda. São novos tempos, visceralmente modificados pela internet e seus desdobramentos, mas o ser humano pouco mudou nos últimos milênios e encontra a mesma dificuldade assinalada pelos gregos para perceber-se frente aos fatos, internos e externos, a desafiá-lo a cada momento. O autoconhecimento coletivo muito pouco evoluiu, se é que houve alguma evolução. Ao que parece, achamos mais fácil nos deixar tanger pela emoção coletiva e nos sentirmos importantes por republicar ou compartilhar notícias, imagens e brincadeiras através das redes sociais. |
Fri, 08 Feb 2019 10:28:30 -0800 (PST) melhor cronica q vc ja escreveu sem assinatura Que legal você ter gostado tanto. Sun, 10 Feb 2019 15:49:17 -0200 Concordo em tudo com vc. Oi, Dedete. Mon, 11 Feb 2019 10:39:51 -0200 Salve salve, mano... Como sempre, leio sempre o que você fala e escreve. E gosto sempre do que você escreve. Mas me parece que você escreveu acessível com dois ccs... Ou não? sem assinatura Você está certíssimo: embora os dicionários também registrem a forma accessível, dão preferência a acessível. Deve ser coisa de velho. Vovó Judith escrevia assucar, assim, sem acento. Perdoe os lapsos de um quase ancião. |
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