Cíclico
13/01/16
Ano passado, neste dia, aqui se falava dos ciclos inerentes à vida e ao universo imenso, pelo menos em suas propriedades alcançáveis e se salientava a seca em São Paulo, então avassaladora, com represas a secar a olhos vistos. Agora, copiosas chuvas se derramam sobre nossa maior cidade, temporais a estorvar e causar danos às pessoas, mas quase toda água derramada, por uma ou outra via, desemboca nos gigantescos reservatórios para, depois, saciar a sede de muitos milhões. Para o final desta semana se promete mais chuva. Hoje, a chance é pequena, diz-se e assim os ciclos se confirmam como tais. É verão, quando a energia abundante do Sol agita a atmosfera e a enche de água evaporada - é o tempo das águas, aquelas ciclicamente cantadas pelo cancioneiro popular. Desde "as águas vão rolar" ou "a chuva jogou meu barraco no chão" ou "tomara que chova três dias sem parar" até àquelas de março, celebérrimas no poema do Tom. O pequeno galo higroscópio vindo de Lisboa fez todo rosa pela manhã, confirmando o excesso de vapor d'água em suspensão. Aqui, o sol chegou a se mostrar, mas as nuvens venceram, embora sem o chuvisco quase constante de ontem. O ar cheio de umidade acentua as sensações de abafamento e calor, mesmo com os termômetros abaixo dos trinta. Há uma aparência de inação, de pausa nas humanas atividades, como se todos "hibernassem" devido ao calor e, não, ao frio. Em nosso canto estão todos de férias e a notícias minguam em uma mídia acostumada a ecoar os interesses dos poderosos. Os pauteiros nas redações se fazem mais criativos e os editores se agarram a ninharias para preencher o espaço prédefinido em tempo ou número de linhas, como agora faço eu, já quase a atingir os mil e oitocentos toques padronizados. Falta pouco! Ajudem a encher esta linguiça! Obrigado, conseguimos. |
Wed, 13 Jan 2016 17:27:05 -0200 Ei, ei... Cíclico hermano... sem assinatura Considero "Águas de Março" uma obra-prima e seria capaz de a equiparar a obras de Villa-Lobos... |
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