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Correntes e contracorrentes07/02/03São tantas as correntes e contracorrentes que me chegam, que dá vontade de perguntar como pôde a Terra girar antes da internet e dessas ciclópicas ondas de solidariedade. Os textos se esforçam para parecer "politicamente corretos", apesar de se pedir de tudo: dinheiro, oração, clique, visita, amor e mais. As coisas se passam num mundo imponderável que teve, talvez, seu início há séculos quando alguém assinou o primeiro papel com promessa de pagamento... Hoje, tudo jaz sobre sólido e complicado hardware, bem duro, como o nome diz, duro de roer. Os pedidos vêm embalados por promessas de benesses ou ameaças de infortúnios. Acena-se com céu e inferno como a máfia e a religião! Nesse caso o pecado capital é romper a corrente, ser o elo frágil capaz de comprometer a progressão geométrica que pode, em pouco tempo, crescer e se multiplicar mais que os homens na face do mundo. Por isso, imploram para que se enviem cópias a todos - ao maior número possível. O tema varia, mas quase sempre há um apelo emocional, além dos que a razão pode julgar e aprovar. Se diz que criança com câncer no cérebro e sem recursos para o tratamento é um dos campeões. Outro dia veio uma circular cheia de provas matemáticas e outras mais sobre uma desses casos com câncer infantil e tudo mais. Em linguajar vulgar, dizia ser tudo falso e pedia, sim pedia uma visitação e... para se enviar cópia etc. Como no caso de uma rádio, que usa e abusa de slogans e, depois de cada um deles acrescenta: "isto não é um slogan, é um fato". Se eu mandar uma mensagem para dez pessoas, e cada uma delas a repassar para outras dez e assim por diante, na décima geração haverá DEZ BILHÕES de mensagens - mais do que a população da Terra! Por isso, não passo correntes para frente. Se você , de fato, as leva a sério, não as mande para este clode.kubrusly@gmail.com. |
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