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Cúmulos-nimbos18/03/02
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do "Aurélio" "cúmulo-nimbo "núncia "pluviômetro |
Do lado de cá do fim do mundo, a brisa fresca torna agradáveis as manhãs dos últimos dias do verão e já se vê muito mais folhas a dançar no chão do que nas copas. A umidade da grande chuva de ontem continua a gotejar onde o sol ainda não tocou. Ainda parece chover, em grossas e espaçadas gotas, sob o bambual. Nele o emaranhado de folhas retém água. Uma lata serve de pluviômetro deste lado do fim do mundo e indica quase 70 milímetros para o temporal. O rádio menciona 55 milímetros, na zona leste, um quarto da média histórica mensal! Tempestades de verão! Pode chover ou apenas ameaçar, sinal de que a fúria dos cebês - os tais de cúmulos-nimbos, nuvens de tormenta e terror dos aviadores - se abate adiante. Quando estão longe, os cúmulos-nimbos são também as nuvens mais lindas, mais sólidas e evocativas, sobretudo se o sol estiver baixo no céu. Essas colunas de aspecto macio, onde procuramos por anjos reclinados, através das vigias dos aviões, carregam em seu bojo todo o necessário para o grandioso espetáculo da fúria dos céus, capaz de levar um Beethoven a uma Sexta Sinfonia! levam brutal quantidade de energia que, liberada em pouco tempo, é capaz também, de matar e destruir. Trovões e trovoadas, raios e relâmpagos, ventos e ventanias gelo e água, muita água, com torneiras de grande capacidade - é a tempestade tropical! O sol já aquece e tudo seca! Toda essa água se evapora e some no ar, no azul do céu. Desde cedo, desde a tênue neblina com que o dia amanheceu... A tarde promete muito calor e, até lá, muita água vai se transformar em vapor e formar grandes nuvens, talvez cúmulos-nimbos, lindos com formatos que lembrarão bichos ou gigantes ou formas macias de formosas damas e, eventualmente, algum desses cúmulos-nimbos pode se transformar em tempestade e calhar de chover por aí ou para cá do fim do mundo. |
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