Volta-me dúvida antiga sobre o último mandamento da lei mosaica. Lembro-me de ter aprendido na infância "não cobiçar a mulher do próximo" e "não cobiçar seus bois, ovelhas, jumentos, e tudo mais" como itens separados. Agora, encontro por toda parte um único mandamento a englobar a esposa com os demais bens do proprietário e senhor, o marido.

Com a disponibilidade de todo saber trazida pela magia da rede mundial de computadores, a internet, em poucos minutos encontro uma tabela esclarecedora: apenas a versão 'católica romana luterana' separa a esposa dos demais bens de propriedade do vizinho ou do próximo, conforme a tradução. Em todas as outras crenças a esposa é computada ao lado das escravas, dos escravos, dos bois, jumentos e demais posses do senhor seu marido.

Assim, a se acreditar nas Escrituras, foi ninguém menos do que Jeová - o próprio Deus! - o machista mór e primeiro a incluir a esposa no rol das propriedades do homem. Todos conhecem a lenda antiga - quarenta dias e quarenta noites sem comer nem beber em íntima conversa com o Criador, no monte Sinai, para depois esculpir nas duas pedras, já talhadas para tanto, o famosíssimos "Mandamentos da Lei de Deus".

A subjugação da mulher pelo homem é herança cultural de milênios estimulada, ademais, pela determinação natural traduzida na Bíblia pelo "crescei e multiplicai-vos", isto é, por determinações hormonais e comportamentais aperfeiçoadas ao longo de muito mais milênios em prol do sucesso das espécies.

Todos os dias escuto no rádio histórias de mulheres espancadas por seus companheiros, de crimes bárbaros atribuídos a traições reais ou imaginadas e por todo lado se propõe "discutir a relação"... Além desse aspecto fundamental para a convivência humana, muitos outros são também determinados por uma herança milenar, cultural e/ou biológica.

Fri, 7 Oct 2016 15:22:09 -0300

faltou você pesquisar o alcorão, onde, dizem que está escrito que a mulher tem de usar burca, ficar em casa, não aprender a lei e apanhar bastante, além de ser estuprada.

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Sou péssimo pesquisador e jamais soube uma única linha do alcorão. Apenas me intrigava há muito tempo o desdobramento, ou não, desse último 'mandamento', retirado de um texto corrido em forma de lista e ainda por cima numerada.

Não nos esqueçamos tratar-se de traduções de traduções de um texto com cerca de quatro mil anos, de uma época tão diferente da nossa como o pão do vinho...

Tue, 11 Oct 2016 16:35:14 -0300

... e lá vamos nós ainda arrastados por essa infinita ordem dos deuses e afins... que tal jogar tudo isso no lixo de uma vez?

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podemos tentar, mas não é fácil se livrar do passado pessoal e coletivo.