Que nojo!

berro - a parte inútil da vaca
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.

Desbunda, Brasil!

20/06/05

O país de virgens deslumbradas boquiabre-se em uníssono oh!, deslumbrado a abundância de detalhes que transborda de delações do que ocupa e preocupa, de fato, os chamados homens públicos - contraponto às prostitutas que também chamaram de mulheres públicas, estas, no entanto, sempre venderam aquilo que lhes pertencia, inexoravelmente e arcaram, pelo bem ou pelo mal, no próprio corpo com as conseqüências e danos de suas decisões, enquanto aqueles vendem e doam o que não lhes pertence e dispõem com generosa e irresponsabilidade do patrimônio alheio e reservam para si o melhor e mais suculento quinhão e, ainda, todo o dano e toda conseqüência aflige e recai, com peso maior no mais indefeso, no povo.

Ora, é essa massa múltipla e disforme que constitui, afinal, o país boquiaberto, a horda de virgens desbundadas - não, dona Sabrina, não há referência aqui a atributos e dotes de nossas mulheres, absolutamente - horda de tal povo heróico que comemora em gritos retumbantes em estádios cada gol de moleque feito ídolo para encantar outros campos como também lá encanta - agora sim, dona Sabrina - a abundância de reservas para futuras gerações bem distribuídas em também futuras mamães.

O país de virgens deslumbradas que emudecem quando percebem o pênalti, cometido pelo beque de seu time; que esbravejam e vociferam ainda que percebam a farsa do atacante desse time ao se jogar e fingir o que, de fato, não ocorreu; incapaz de exigir que o jogador de seu time confesse - seu juiz, foi com a mão que dominei a bola, é pênalti! - dizer a verdade, enfim; ou de, ele próprio devolver, na boca do caixa, a diferença ao perceber, num relance, que recebeu "dezessete e setecentos" em vez dos devidos "dezesseis e setecentos". Ele, torcedor, povo humilhado, se boquiabre em uníssono oh!, casta vestal no país de virgens deslumbradas.

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