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Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.

Dia da Criança

12/10/00

"aspas"

"Eu sempre amei o deserto. A gente se senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se escuta nada. E no entanto, alguma coisa irradia..."

Antoine de Saint-Exupéry, (1900-1944) em seu encontro com o Pequeno Príncipe no deserto.
Trad. Dom Marcos Barbosa, Agir, Rio, 1975, 18ª ed.

O "Homem do Tempo" pesquisou em arquivos de muitos anos e anunciou: o dia da criança tem sido, sempre, cheio de sol e tempo bom. Para logo a seguir fazer a previsão: este ano as coisas serão diferentes. Por razões insondáveis,com pormenorizadas explicações, o 12 de outubro de 2000 viria com muitas nuvens, umidade e algum frio. Talvez até houvesse momentos ensolarados, mas poucos e sempre com os sol aparecendo entre nuvens etc.

rua da Passagem, 48 - Rio. Foto Jorge Kubrusly [circa 1955]

O dia da criança chega com luz dourada e céu impecável! Logo, logo vai dar velocidade igual a sensibilidade do filme com diafragma 16. Na enfoco chamávamos a essa condição de luz simplesmente: céu azul e sol beleza. O "Homem do Tempo" errou na previsão, mas acertou na estatística: o sol sorri às crianças em seu dia.

Há uma festa religiosa que tenta roubar às crianças a integridade desse dia. Mas as folhas estão muito verdes, clarinhas e macias, cheias de viço, transbordando energia, como criança e enchem o ar de sonhos e promessas. O sol se torna muito luminoso e acena com um dia quente, cheio de insetos.

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