Divagações austrais
05/07/17
A manhã avança, a escuridão persiste. Já é tarde quando, tímido, o sol se eleva um pouco, ao norte, oblíquo demais. No final da tarde a situação se inverte, escurece cedo, antes mesmo do dia acabar pelo relógio. Do lado de lá do fim do mundo, o dia mais curto do ano dura 10 horas e 41 minutos, no solstício de junho. O mais longo, no de dezembro, se estende por 13 horas e 36 minutos, são quase três horas a mais, duas horas e 55 minutos. Some-se a isto a diferença dos ângulos de incidência, a inclinação com que a luz do sol nos chega. Sob uma inclinação de 45 graus a energia se reduz em cerca de 30%. Tudo junto e eis a receita do inverno! Por outro lado, no solstício de dezembro a luz e o calor do sol, toda sua energia, incidem ortogonais sobre o Trópico de Capricórnio, que está ali, bem perto do lado de lá do fim do mundo... O Polo Sul está em um continente imenso e deserto - onde não chove, venta sem parar e se registram recordes de temperaturas negativas. A BBC mostrou ali, em detalhes, o inverno dos pinguins Imperadores, quando os machos se agrupam compactamente, cada um com um ovo sobre seus pés para que não congele em contato com o chão de gelo e, chocam com o calor de seus corpos esse filhote único durante todo o inverno. De lá, vêm as grandes massas de ar com alta pressão e baixas temperaturas, conforme os cânones da física clássica, e testemunhamos por aqui o efeito devastador de tais deslocamentos, inevitáveis em nossa enigmática atmosfera. Efeitos agravados por ventos ligeiros e ares molhados demais... Afortunadamente, a Terra continua célere em sua órbita (segue a mais de cem mil quilômetros por hora!), mesmo neste trecho da órbita percorrido mais lentamente e, nesta velocidade, nos leva, a nós ao sul do equador, no rumo da primavera através desses tempos frios... |
Wed, 5 Jul 2017 11:26:28 -0700 (PDT) e aki, no lado de cah do fim do mundo, jah q aih eh o lado de lah do fim do mundo, chegou o verao sem assinatura Durante muito tempo chamei de "do lado de lá do fim do mundo" à morada de Carapicuíba, pois quando mudei para lá, em 1977, parecia mesmo um adorável fim de mundo. Hoje quis me referir àquelas coordenadas, pois tenho tabelas completas de nascer e pôr do sol para lá. Feitas pelo site da US Navy, que não me permite mais obter tais dados. |
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