de esporadicidade imprevisível
E a nave segue
22/08/16
Gritos e bandeiras comemoram algum feito brasileiro nas Olimpíadas. O final anunciado se avizinha mais e mais. Muitas lágrimas se derramaram por derrotas e outro tanto se verteu pelas conquistas em caudalosos transbordamentos de emoção, conforme se previu. Como na tradução da famosa canção Cielito lindo, a hora se aproxima e se avulta o implacável "The End". As cerimônias de abertura e encerramento dos jogos almejam o objetivo comum de todo entretenimento: provocar e exacerbar emoções. Disto vive a Arte, da mais admirável à mais reles. Um fascinante sortimento da humanidade se prepara já para o retorno e traz à tona a palavra atribuída com exclusividade ao português: saudade. A saudade de casa se mistura à saudade de quem fica e a razão, adormecida pela comoção esquece a sociologia, as estatísticas, eventuais relações entre riqueza e sucesso e tudo mais. O apito grave e profundo da partida de um navio se tornava imperativo. Muitos seguem nele e outros tantos acenam e agitam lenços no cais, materializando a palavra difícil de traduzir. Vi marcantes partidas de transatlânticos, quando aluno do São Bento, nos anos cinquenta. A poderosa voz daquelas embarcações se impunha como solene fundo musical e estremecia os corações. Sem conhecer ninguém à bordo, eu acenava também... Ontem, bem mais velho, acompanhei em companhia de meio mundo o fim da Olimpíada carioca. Fortes rajadas de vento antecederam a cerimônia última das disputas de verão em pleno inverno. O sucesso do espetáculo da abertura se repetiu, menos formal e com dois protagonistas inesperados: capas de chuva transparentes e os factótum da modernidade, em todas as mãos, nas do público e dos atores do espetáculo, a documentar tudo o tempo todo. Daguerre jamais imaginaria as consequências de sua invenção! Enquanto isso, a nave segue... |
Mon, 22 Aug 2016 22:09:08 -0300 É OUROOOOO !!! sem assinatura !!!!! Tue, 23 Aug 2016 17:34:13 -0300 a viagem desta nave que tomou todo Rio foi mesmo uma delícia... Pena que não andei por ali nem uma única vez. sem assinatura Hoje fui curtir o desmonte pelas cercanias... |
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