A Esfinge ri seu riso de pedra
no mar de areia sonhado,
areias que dão corpo e forma ao vento.
A gargalhada muda da Esfinge
desafia e corta, sibila e zomba
e do sonho antigo surgem fantasmas
ou, nem precisa - basta a ameaça
de que possam emergir!
A pele sente o sopro morno de areias quentes
impregnado de velhas maresias.
imagem recebida por e-mail, sem crédito
Consciência intuída e não sabida
de algo apenas pressentido,
que jamais se vai desvendar...
O olhar inerte vê o anjo inclemente
com a espada certeira sobre Laodicéia -
vômito repugnante da virtude mediana,
da justiça insípida de partes iguais.
O quadro torto na parede
é justo para os olhos que o olham de esguelha,
tortos também.
trecho de crônica de 1997 ao fundo, "Solfeggieto" de Bach
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