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Equinócio23/09/02Frio no primeiro dia da primavera fria. Como posso saber como a primavera será? Não posso, é só palpite, nada científico. Talvez o frio que faz do lado de cá do fim do mundo seja apenas sensação, por causa da descomunal umidade, talvez só gente sinta esse frio primaveril, sem sol, cinzento e molhado. Termômetro não, apesar dos seis graus e pouco registrados como mínima, no sábado, em São Paulo. Sábado, Dia da Árvore. Há cinqüenta anos, na escola pública, se plantava uma árvore nesse dia como gesto e símbolo, compartilhado por toda a molecada, inclusive quem, eventualmente, se tornaria dono de grande serraria clandestina no norte do país. Não existe Dia da Pessoa. Talvez, logo, logo um deputado proponha o feriado, tendo em vista a grande derrubada de gente que ocorre em diversas regiões do país. De volta ao palpite que, a rigor, nem o é, pois as primaveras têm tido dias muito quentes intercalados com outros muito frios. Enquanto isso, o termômetro do canal 21, referência muito útil, independentemente de precisão - parece que indica um ou dois graus a mais do que as rádios declaram - enquanto isso, dizia, aquele instrumento confirma: a temperatura cai, de 17 para 16 graus ao meio-dia! Aqui, a sensação é de dez graus, ou menos. O ano passado foi seco e o anterior, também. Este já está muito mais aguado e com jeito de que será ainda mais. Dir-se-ia uma vingança tropical: secas e inundações! A floresta mãe mexe um tiquinho nas regulagens para mostrar como pode ficar com um desarranjo maior. Ventanias no Rio e em São Paulo. Inundações e destruição de plantações no sul. Lá, nos sertões do cangaço se prevê seca. É só a primavera, que começa com folhas e flores e frutos e eleições e especulações e trapaças e sonhos e segredos de amantes cheios de diamantes e promessas de muitas e muitas primaveras. |
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