Expectativa
10/12/18
Após vários dias encobertos e chuvosos o domingo veio luminoso, azul e ensolarado, apesar de persistirem temperaturas baixas demais para a estação. À beira-mar se escancarava o motivo da mudança radical: o vento forte soprava, contínuo, de sudeste. As copas dos coqueiros, artificialmente implantados na praia, indicavam com precisão o ímpeto e a direção do vento.
A energia eólica sustentava se esforço muitas aves marinhas a circular; as incontáveis bandeiras das areias tremulavam em frenesi. Do mesmo oceano de onde, antes, chegaram as nuvens carregadas de chuvas fortes em pancadas curtas e sucessivas, vinha, agora, um sopro límpido e purificador como bênção dominical. No mais, o domingo se fazia como sempre, com grande afluxo de pessoas no rumo do mar, com uma pista junto à praia interditada ao intenso tráfego de veículos fumacentos, onde uma pequena multidão ia e vinha a pé, fosse a passo miúdo ou em aeróbica correria, ou de patins, de skate, de bicicletas várias - desda as minúsculas com rodinhas laterais e criança pequena montada às motorizadas, com baterias a dividir com as pernas do ciclista a tarefa de manter as rodas em movimento. Havia, como sempre, triciclos e quadriciclos para alugar e a circular, onde duas pessoas uniam esforços para movimentar a traquitana. Sem falar dos carrinhos de bebês, cadeiras de rodas, skates motorizados e outros meios de transportes à bateria dos quais ignoro até o nome. Repetia-se o grande festival no espaço sagrado dos automóveis entregue ao povo na celebração do domingo. Deleitava-me com o suceder-se de ondas a arrebentar quando dois camelôs pararam ao lado e pude ouvir, depois de se cumprimentarem: "pô, tem mais camelô gringo do que brasileiro! Mas isso vai acabar, deixa o homem aí tomar posse... O Bolsonaro vai dar um jeito nessa gente." |
Fri, 14 Dec 2018 10:38:05 -0800 (PST) Nossa! sem assinatura Pois é... Impossível saber a expectativa alheia, bem como qualquer coisa a trafegar no cérebro do outro. Fri, 28 Dec 2018 20:38:24 -0200 Salve salve Manu velho, como diziam antigamente. Mas ao redor do ar tudo se multipicam ao redor do mar, não é? Mas o que mis me encanta em tudo isso será sempre o pai de todos nós ... O mar. Pra mim será sempre o vai doar, o rei de tudo. sem assinatura Com a nossa idade, já passamos por Castelo Branco, Medici, Geisel, Costa e Silva, Sarnei, Collor e outras tormentas... Torçamos pelo melhor! |
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