Subproduto do egocentrismo, a fragmentação dificulta obviamente uma visão abrangente e, consequentemente, uma compreensão isenta de preconceitos sem a formação de pequenos grupos dispostos a se opor aos demais, facções sectárias convencidas de serem suas teses toda a verdade, dispostas a matar e morrer por ideias, pelo discurso em que acreditam com toda fé.

São exemplos altissonantes dessa divisão a repartição do mundo em diferentes países, dos países em seus estados ou condados ou algo parecido, dos estados em municípios e o destes em bairros, distritos e assim por diante. No final cada família se fecha em casa, em seu apartamento, barraco ou palacete, onde aceita o cônjuge por imperativos hormonais e os filhos como consequência.

Ah, tudo muito distante do "amai-vos uns aos outros"! Por toda parte o fenômeno se repete e o egoísmo pinta cada opinião divergente como um inimigo a ser abatido. Desde cedo nas escolas se estimula a competição e, atavicamente, nos entusiasmamos até com briga de galos.

Ao perceber esse nosso comportamento, espera-se uma mudança radical de atitude das pessoas, de cada uma individualmente, derivada da compreensão de seus próprios pensamentos, de suas motivações mais íntimas, do tumultuado fluxo de suas emoções, em resumo, do conhecer-se profundamente.

Tal movimento, entretanto, não pode ser imposto e nunca será fruto de nenhuma "política", nem resultará de algum ideal, por mais grandiloquente que seja. Uma tal mudança só advirá do indivíduo e em consequência de uma percepção clara de si e de suas relações com os fatos de sua vida cotidiana, inclusive com ideias e fantasias, medos e projeções e ambições e tudo produzido seu por pensamento e alimentado como um dogma.

Arregimentar pessoas para qualquer movimento adia a possibilidade de autoconhecimento.

Mon, 12 Nov 2018 18:01:17 -0800 (PST)

interessante ...
obviamente, a mudanca so pode vir de dentro :)

      sem assinatura

Você deve ter notado: no fundo, o tumulto das eleições brasileiras...