À medida que me espanto com a crescente misoginia em mim, diante da mulher das passarelas, filmes, da tela de tevê e algumas que escuto no rádio - há aí importantes exceções! -, meu assombro aumenta frente a minha admiração e quase reverência pela Mulher, maior dia a dia.
Incoerente? Por certo, mas quem não o é que me perdoe, eu sempre o fui. Em verdade, em verdade a varinha de achar poços me leva a outro enigma que, por falta de melhor definição, diria 'dos instintos', temporariamente. Eis minha escuridão:
Quando somos capazes de compreender e lidar com os instintos mais primitivos, 'nosso animal', digamos, podemos nos aproximar mais de um estado chamado por alguns de comunhão com o Eterno, Deus, a Vida etc. ou uma certa felicidade ou coisa assim.
Por outro lado, quando calamos a loquacidade da mente, sua irritante e descontrolada verborragia, emergem instintos - que seriam, por serem instintos, as tais reações mais primitivas, animais e daí poderia emanar certa luz. Tais instintos, que muitas vezes chamamos de intuição, podem nos apontar soluções, caminhos, aplacar um estado psíquico insuportável etc.
Ao olhar ao redor, a Mulher me parece uma tradução plena e formidável deste enigma - ora são via para o indizível, ora caminho para manifestações de forças primevas, para o súbito emergir da natureza.
Delicio-me com mulheres, poucas, raras - que me entendam! Existe nelas riqueza incalculável. Nenhuma Serra Pelada as poderia superar e, nelas, admiro a Mulher.
Tenho saudade do 'Clube do Bolinha' diante da tevê, do sorriso sem por quê, da afetação - sobretudo da afetação, que me soa como avesso da feminilidade - seria o jeito feminino de ser masculina.
Os homens, em maioria, são bobos, sem subterfúgios, cumprem sem muita filosofia o mandamento maior da espécie, embora esqueçam o multiplicar e, quanto ao crescer...
Já passei do limite!
grato a todas que me povoam e enfeitam os sonhos e me fazem rir!
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