crônica do dia

Heureca

02/05/07

"Uno não deve..." - assim me veio, inequívoco, o início de eventual croniquim e o devaneio iria adiante qual fumaça a se avolumar, quando vi que o que começava era uma salada de línguas e, de pronto, o princípio virou ponto final.

Não me parecia justa a troca de meu 'uno' por 'uma pessoa' - sem desmerecer ninguém - e na certa perderia muito na permuta por 'alguém' que, ali, seria péssima tradução.

É claro que existe o "um" equivalente em português, pronome indefinido, mas não me lembro de o ver usarem assim, como no espanhol, para inaugurar frase: "Um não deve comer batatas fritas, pois são pouco mais que vasilhames de óleo saturado pelas temperaturas exorbitantes da frigideira", por exemplo.

tortographia - [desenho do autor]
tortographia - [desenho do autor]

Aqui, diríamos algo como, "Não se deve comer batatas fritas, sempre encharcadas de óleo queimado", pois não sendo europeus, temos um olho na água de coco a nos esperar à sombra sob sol de rachar e outro... - pára!

Claro que a essa altura não sei mais como seguiria a hipotética crônica que tropeçou num uno. Não o nosso 'uno', singular, que não tem partes, é íntegro, único, mas o 'uno' forasteiro, dado a estréia de orações.

"Uno não deve..." - "Ninguém deve..."? - olha aí! Um bom comeco! Agora, o 'ninguém deve' me soou bem como sino bom, bem bom. Talvez a negativa não me servisse... "Alguém não deve...", ora, mas isto equivale ao "Ninguém deve..."

Pronto! Heureca, achei como começar! "Ninguém deve..." Não deve o quê?... Não! - agora que tenho o começo, o que era mesmo que ia dizer?

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