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História e outras histórias19/02/08
Dezenove de fevereiro, rua onde começava a Mena Barreto, outra rua onde as placas mais antigas mostram seu nome com dois enes e não com um único, como nas novas. Cito estas, de minha infância, ruas ainda lá com seus nomes anônimos embora diferentes, vítimas do crescimento da cidade. Logradouros anônimos apesar dos nomes, pois nada mais significa aquela data, exceto para historiadores e, quem cuida dos feitos de Mena Barreto? Poderiam ser outros nomes, como Quintana ou João Julião, Do Ouvidor ou Nove de Julho, estas últimas a exigir uma cidade como aposto para precisa definição geográfica. Frutos de nosso medo da amnésia coletiva. Frutos da mania de colecionar. Insetos esperados num alfinete ou sobre tufos de algodão em gavetas de escaninhos. Esqueletos e múmias expostos em caixas de vidro sob holofotes de museu, do gigantesco museu que nos obnubila a mente. Poderiam ser números, como em Nova York, números e a orientação numa rosa-dos-ventos. Mas a data, o nome e sobrenome fazem de cada rua uma estátua a alguém ou a algum feito. Ser ou façanha destinados a sumir na memória dos descendentes de quem rendeu a homenagem. Dezenove de fevereiro - que fato ou pessoa se homenagearia hoje? Da busca que fiz, elegi uma possibilidade, sabendo que, quase com certeza, não empata com a intenção de quem batizou a rua. Na certa, se o alvo fosse tal pessoa, a rua teria seu nome. No dia de hoje, 19 de fevereiro, nasceu Nicolau Copérnico, há 535 anos, no ano de 1473. Claro que se não fosse ele um outro derrubaria a teoria do sacro-umbigo, que punha a Terra no centro do universo e o Sol a lhe rodar ao redor. Aqui perto tem um beco com uma placa que o identifica como Rua do Sonho. O problema dos sonhos é que um dia viram pesadelo... Em tempo, sempre consegui minhas piores notas em História. |
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