Juras e juros
06/12/11
Se isto ocorrer, será como uma bomba atômica, soluciona a crise da Europa. Com mais ou menos estas palavras o comentarista econômico anunciou a perspectiva de um 'aporte' de um trilhão de euros, vindos não sei de onde. Depois explicou que uma quantia dessas acaba com qualquer crise. Não entendo nada de economia, absolutamente nada mas, me arriscarei a mil estultícias aqui para expor um modo de ver. Palavras como aporte, injetar, disponibilizar etc. escondem os fatos, dissimulam o que é. Decerto não se trata de doação, portanto, quem se valer da fabulosa montanha de euros, mais dia, menos dia, terá de devolver aos provedores do artefato nuclear mais do que recebera, suponho. Daí decorrem algumas dúvidas. Não advém a crise, esta e outras, de endividamentos impagáveis, impagáveis no mau sentido, é óbvio? Prescreve-se outra dívida, então, como uma espécie de tratamento homeopático, aos muito endividados? Ou os fornecedores da controversa mercadoria - dinheiro - deixariam de cobrar pelo uso de bem tão cobiçado? Abandonariam a velha usura - que já foi pecado - em todos os seus significados? A economia virou uma engenhoca complexa, movida por milhares de índices e leis e, ainda que leigo, nunca soube da inclusão entre tais indicadores das facetas humanas, tão humanas como avareza, ganância e muitas mais, imperfeições que remontam a um tempo antigo, como as listadas no último mandamento das leis mosaicas, aquele que proíbe cobiçar mulher, casa, campo, servo e serva, boi e jumento do próximo. O fato de sermos assim humanos, demasiado humanos, em nada alteraria aqueles índices, medições e estatísticas? Afinal, empréstimo é solução ou raiz do problema? Mas, são cogitações de quem não entende absolutamente nada de economia. Enfim, vivemos num mundo que faz guerra para manter a paz... |
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