Pessoas passam a puxar uma mala sobre pequenas rodas. Outras debatem o cardápio elegantemente exposto na entrada do restaurante. Muitas outras apregoam todo tipo de mercadoria, onde se vende de tudo, desde réplicas precárias e com luzes coloridas a piscar da estátua famosa do Redentor até comidas preparadas in loco, no porta-malas de um automóvel ou sobre um braseiro a expelir fumaça e odores. Aliás, o cardápio de cheiros é vasto, com predominância de odores desagradáveis. Passa um grupo e não se pode compreender o que conversam e nem mesmo identificar o idioma usado mas, das muitas línguas escutadas ao redor, é nítido o predomínio do espanhol...

Já se vê, falo das ruas de Copacabana e de uma em particular, a larga avenida à margem da imensa planície líquida a perder de vista e levar a vista ao encontro impreciso do céu com o mar, planície de relevo suave a encantar surfistas - falo da Avenida Atlântica como o oceano a seus pés. A praia não é mais aquela cantada como "princesinha do mar", depois de muitíssimo alargada por dragas portuguesas nos anos sessenta, mas a generosa largura das atuais calçadas é eloquente convite a passear.

É bem provável existir, em épocas como o carnaval, população flutuante superior a de moradores do bairro, ainda mais quando aí se inclui a multidão vinda de bairros distantes, de favelas próximas, da baixada fluminense. Vêm em busca de sobrevivência e oferecem pequenos serviços ou vendem miudezas e bugigangas, comes e bebes, enfim, de tudo a turistas ou moradores. Não se exclui, entre as mercadorias, a venda do próprio corpo, comércio de patente e farta oferta e grande procura. Tal mundaréu de gente vai e vem nos mais variados ritmos pelas calçadas famosas pelo padrão ondulado de suas pedras portuguesas. Fotografam o tempo todo a si e o entorno.

Tue, 24 Feb 2015 09:16:27 -0300

Gostei muito, Clode. De tudo! bj

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Obrigado.
Venha um dia ver ao vivo.

Tue, 24 Feb 2015 15:02:50 -0300

Lembrei da crônica a ver a matéria:

http://brasil.estadao.com.br/blogs/estadao-rio/turistas-movimentam-r-2-bilhoes-no-rio-durante-o-carnaval/

      sem assinatura

Obrigado.

Wed, 25 Feb 2015 10:43:56 -0300

Oi Clode,



Adorei sua crônica sobre Copacabana. Eu nunca deixei de gostar de Copa. O Rio anda um lixo, Copacabana também, mas eu gosto.

Copacabana me engana (acho que foi o Caetano que disse...), Copacabana engana todo mundo. A foto que aparece na crônica é linda.

Beijos

Lucia

Lucia,

Que bom te ouvir, ainda que as palavras cheguem escritas!

Obrigado. Gostamos, pois, apesar da degradação. Enquanto a população continuar a se expandir, será muito difícil consertar aqui ou o mundo, em qualquer lugar.

Procurei no google, onde se diz que "Copacabana me engana" é título de um filme brasileiro.