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Martaxinha06/02/04Martaxinha, rainha de taxas e tachinhas, se impõem à revelia, nos e-mail e pela paixão do noticiário radiofônico - não agüento mais os da tevê, pautados pelo sensacionalismo sentimental que joga migalhas microscópicas de informação em roupagem de telenovela. Martaxinha, professora, doutora em sexo jamais esqueceu o calor dos refletores dos estúdios Globais, onde deu consultas à moda dos telejornais, à luz de índices e plim-plins de contadores de segundos, segundímetros a devorar tempo e vomitar cifrões. Bem sei que sem tudo isso não existiria tevê aberta e ia ser muitíssimo mais difícil entreter enlameados do Carandiru, ops! Aricanduva, que jamais deveriam morar às margens do córrego, feito para correr como o nome explica e carros provam, por pistas que privam e vedam, à margem oculta e sedenta, águas abundantes além de bundas, peitos e pescoços esticados a ver se salvam dentes que se salvaram, das ameaças de dejetos de roedores, que fugiram muito antes da torrente descontrolada, como o palavrório que me perdeu, pois o que me fez mencionar Martaxinha, hoje, foi apenas uma cena que o rádio trouxe com vivo realismo: um instrutivo diálogo entre a autoridade máxima da maior e mais importante cidade sul-americana, que dispõe do terceiro orçamento do Brasil - incluídos os orçamentos estaduais! - e uma dentista, que viu seu consultório ser invadido por água, urina de rato, lama e lixo e perdeu, móveis, equipamentos, receitas futuras e, sobretudo, o gosto por tudo na vida... Não vi imagem e fiquei livre para imaginar, apenas, duas mulheres e unhadas e dentadas e puxões de cabelos e todo tipo de golpe bem feminino. Esse seria o tema: é muito bom que a mulher seja, em seu âmago, essencialmente mulher, ainda que nas piores circunstâncias. Assim como é ótimo constatar a essência masculina, nos homens... |
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