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Mês e meio, mais ou menos14/08/01
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"aspas" "Os Mundos podem congelar e os Sóis se extinguirem, mas, agora, algo fervilha dentro de nós que nunca mais morrerá. " H. G. Wells, "The Discovery of the Future", Nature, 65: 326-331 (1902). |
Falta mês e meio, mais ou menos para o equinócio e, todavia, a árvore já sombreia com folhas luminosas, verdes e rosas, novinhas, miúdas - bebês de folha, para resumir. É sombra rala, mas atrai muitos passarinhos, que repetem e repetem seus cantos sem se importar com os outros ou com a cantoria do vizinho ou do andar de baixo. A grande árvore ainda está cheia de grandes frutos que se abrirão para espalhar mais longe as sementes, ou mais perto, conforme o vento que ventar. São essas sementes aeronautas, de fios sedosos e brilhantes, que emprestam o nome à venerável árvore, de tronco grosso e provido de grandes acúleos - a paineira. Falta mês e meio, mais ou menos para a primavera começar mas o clima anda de pernas pro ar, aqui como por toda parte. A jabuticabeira parece não ter lugar para mais nenhuma flor em seus troncos e galhos. A pitangueira e o pé mirrado de laranja lima, também. Estão cheios de muitas flores. Se pensam que acho isso alvissareiro, enganam-se. Tenho para mim que a profusão de flores em uma plante é sinal de reação desesperada diante de condições adversas... Uma cisma, apenas. Falta mês e meio, mais ou menos para a noite e o dia chegarem a mesma duração e, todavia, faz calor à tarde, embora a umidade aumente a sensação de frio nas manhãs e madrugadas. Se me pedissem um palpite, diria que ainda teremos muito frio antes do dia mais longo, no solstício de dezembro... |
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