Não era
02/12/16
Perambulava ao léu e calhou-me passar junto à entrada de "La Fiorentina", outrora famosa cantina que tem, junto à calçada, a estátua de Ari Barroso sentado a uma mesa de bar. Ele está na entrada do prolongamento de mesas a ocupar a larga calçada da Avenida Atlântica e eu passava ao rés da entrada do prédio, guarnecida por duas esculturas, uma de cada lado da porta, de magníficos leões do mesmo bronze do compositor de Aquarela do Brasil.
Já passara por ali outras vezes, mas desta, ao ver os imponentes guardiões da entrada do estabelecimento, de um estalo pareceu-me encontrar a resposta para uma dúvida antiga: seriam aqueles os leões do Senado Federal, quando este ainda se reunia no Palácio Monroe, ali, ao lado do obelisco e da morada do poeta Manuel Bandeira? Da infância e juventude, guardava uma imagem aproximada da edificação, com seus leões de bronze ladeando as escadas de degraus de mármore. Depois da demolição do edifício, muitas vezes me perguntara onde teriam ido parar aqueles animais perpetuados em liga de cobre e estanho. Agora, a velha dúvida e as feras se encontravam e me faziam perguntar: será? Lembrei-me imediatamente de dois outros leões, idênticos em minha imaginação, igualmente ladeando a entrada de um hotel na avenida Nossa Senhora de Copacabana, na altura da praça Serzedelo Corrêa. No dia seguinte passei mais uma vez pelo 552 daquela avenida, o Hotel Mar Palace, cuja insígnia é um leão e quase respondi a mim mesmo: é mas, por prudência permaneci no será?
Procurei, então, por alguma fotografia do Palácio Monroe onde fosse possível ver os leões originais e... surpresa: eram muito diferentes! Numa pose muito mais expressiva, tinham uma das patas dianteiras apoiada sobre uma esfera...
Em outras palavras, as aparências enganam, principalmente aquelas derivadas de nossos devaneios... |
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Fri, 2 Dec 2016 14:22:00 -0800 (PST) que barato, Clode, gostei sem assinatura Quando der, fotografa. Thu, 8 Dec 2016 18:38:01 -0200 ... e lembo bem de tudo isso ou quase... e porque será que o homem teme em transformar um nada num imponente pra... pra... pra que mesmo era mesmo tudo aquilo? sem assinatura Pois é... passamos pela vida e ela é que deixa seu rastro em nós... |
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