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Navegação
24/04/17
Tomo a pena e a mergulho no tinteiro para, em seguida, macular com a primeira palavra a folha virgem e muito alva sobre uma pilha alta, pois se pretende um longo texto. Ah, bons tempos de penas e tinteiros, depois substituídos pelas canetas-tinteiro, precursoras das esferográficas, soberanas até o início do reinado de telas e teclados de todo tipo e tamanho conosco por toda parte. A tela virgem, porém, antes da primeira pincelada ou do primeiro toque em uma tecla, se impõe como desafio e ameaça. Cumpre superar a neutralidade impecável de sua brancura inicial, obter uma obra mais bela, um poema ou uma prosa mais tocante. Ao menos os "papéis virtuais" dos dispositivos eletrônicos não se avolumam no cesto de lixo como antigamente, com o uso de penas, canetas, lápis ou máquinas de escrever, em ameaça real às florestas. Deslanchado o texto no correr da pena ou dos dedos pelas teclas, brota um novo ser a replicar as realidades dentro e fora do redator. Pode se tratar de uma ficção, e o universo interior prevaleceria, ou de um texto documental e o predomínio seria da verdade obtida a partir de fatos. E daí, perguntar-me-ia o Grilo Falante, por que tanto blá-blá-blá, aonde pretendes chegar? A quem importaria a virgindade de uma folha de papel ou de uma tela? Por que especular sobre as verdades da realidade ou da imaginação? Acossado, me veria obrigado a contar um segredo, a anunciar, despudoradamente, o início de uma navegação, mero anotar ao correr da pena de lembranças imprecisas de um tempo distante, em busca da história perdida da enfoco - Escola de Fotografia.
Se quiseres colaborar de alguma forma, não te encabules. A nave é vasta e partiu, como toda nave ao zarpar, sem saber se e aonde chegará. Há muito espaço a bordo e, como tripulante, passageiro ou clandestino, serás sempre bem-vindo. |
Mon, 24 Apr 2017 08:49:24 -0700 (PDT) nossa, a Enfoco foi o maximo! Oi, Maren. |
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