"Nunca se falou tanto em comunicação e nunca os Homens tiveram tanta dificuldade para se comunicar." - a frase, que cito de memória, é de Maureen Bisilliat, eminente fotógrafa, que a repetia com freqüência em suas aulas na enfoco - Escola de Fotografia, no início da década de setenta. Em 1969 houve o lançamento da tradução de "Understanding Media" - Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem, de Marshall McLuhan. O assunto fervilhava. Os do meio (ramo), eruditos e pseudo-eruditos, todos, tomavam e discutiam 'temperaturas' de meios de comunicação. McLuhan foi brilhante ao dissecar a relação dos meios de comunicação com a mensagem que a natureza de cada um impõe. Creio que, de fato, sua obra revolucionou a visão de publicitários e jornalistas. Todavia, nunca ouvi um e economista mencionar Marshall McLuhan e, pelo que sei, McLuhan não considerou em sua análise aspectos econômicos. Hoje, o estalo do despertar cacarejou: a mídia é Midas! - e morto o eco do cacarejo, tampouco os economistas saberiam explicar a mídia, posto que olhariam apenas uma face, como de hábito. As analises econômicas omite fator decisivo: o Homem e, em conseqüência, a avidez, a ganância, a concupiscência, o suborno, a corrupção etc. Coeficientes, expoentes e índices, sem dúvida, de importância decisiva em qualquer equação que pretenda calcular ou prever o comportamento econômico de transações geridas por seres humanos. Neste quadro, acordei e percebi: tudo que a mídia toca vira ouro. Ouro metáfora, vírus que tenta contaminar a quem atinge, com aqueles pedacinhos de DNA já mencionados - avidez, ganância etc. Olhe em volta, veja com seus olhos, livres de toda contaminação que anunciantes e jornalistas lhe empurram. Você verá que poucos escapam quando são tocados pelo dedo do novo Midas. Sim, a mídia é Midas! |
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