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Olímpico28/11/05Convido as leitoras formosas de cabelos perfumados, de Pessoa à poesia, porque hoje, aqui, se falará de futebol e daquele mais chinfrim ou que é, pelo menos, tido como tal, sem estrelas, constelações e, muito menos galáxias. Estas, nem sonhar e, ainda assim, presa da sanha e graça dos deuses brasileiros da pelota no mundo bola a girar enquanto a Lusitana roda. Como se vê, hoje, é tudo de segunda, a feira da segunda-feira, a citação oblíqua do caminhão que muda a agremiação de uma a outra divisão e a memória da antevéspera a véspera não apaga na peleja dos Aflitos, prova irrefutável de que nunca se viu tudo em futebol. Não cabe aqui o que mil especialistas esmiuçaram. Fiquemos com o lado profético e místico-miraculoso do futebol. Cada país tem lá suas divindades, seus fantasmas, seus heróis. A nós calhou o Olimpo de que falamos outro dia, capaz de fazer a decisão da segundona daqui mais épica e emocionante que a da Copa dos Campeões do futebol engaiolado em ouro e pompa da Europa. Eles têm um gaúcho que, quando baixa o santo, nem o diabo segura. Aqui, a gauchada fanática, mesmo ruim de bola, tem raça e fibra milagreiras. Não sei o que comentaristas disseram. Não leio nem ouço comentarista de futebol. A exceção de dois ou três poetas, que também gostam ou gostavam do esporte, os acho a coisa mais chata do mundo. Minto, entrevista com jogador no fim do jogo é pior. Sempre as mesmíssimas perguntas e respostas vazias repetidas, bisadas como disco desgastado que insiste no mesmo sulco e se discos não têm mais sulcos, as respostas continuam as mesmas às perguntas de sempre, imutáveis. Insuportáveis. O Grêmio deu lição de futebol, à antiga e volta por cima! A primeira o deve receber não só de braços abertos, mas como exemplo e ícone da garra e do futebol que os deuses abençoam. Pelo menos esses, de nosso Olimpo brasileiro. |
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