crônica do dia

Ontem e anteontem

09/01/03

Se hoje o dia acabar, aqui nessas paragens ao redor do Trópico de Capricórnio, como ontem e anteontem, de céu limpo de nuvens e prenhe de estrelas com lasca de lua pros lados do pôr-do-sol, se o senhor acaso assim quiser o ocaso, não me importaria que este senhor das coincidências, também providenciasse um pequeno apagão, quiçá precedido por falhas intermitentes a guisa de aviso para evitar contratempos.

Só assim milhões de cidadãos - em sua acepção menos comum, de habitante da cidade - só assim essa multidão de habitantes da cidade se desligaria de notícias filtradas por repórteres, redatores, editores, agências, e mais ou de capítulos de novelas a desfilar como caracol pelas televisões e de computadores e internetes e joguinhos e mil coisas, como uma croniquinha ali, outra aqui para esbarrarem, de repente, com algo quase raro, que só acontece nesta época do ano e é, ainda mais, sublinhado pelo horário de verão: agora o sol se põe bem tarde, mesmo não sendo os dias mais longos do ano.

A situação chegará a um máximo na terça-feira, dia 14, com o pôr-do-sol a poucos segundos das oito da noite, sem esquecer o horário de verão, claro - 19 horas 59 minutos e 32 segundos, dados para um ponto um pouco a oeste da cidade de São Paulo, do lado de cá do fim do mundo. Quanto mais ao sul, mais tarde o pôr-do-sol. Em Porto Alegre, por exemplo, no mesmo dia, o ocaso será às oito e meia da noite. Noite?

Se você, como eu, se perguntava por que, aparentemente, os dias continuavam a se espichar noite adentro mesmo depois do solstício de verão, vai achar uma explicação em uma página do National Maritime Museum, Greenwich, de Londres. Esbarrei nesta por acaso. Lembrete: para "eles" trata-se do solstício de inverno!

E que inverno! O frio lá mete medo aqui! Pelo menos, para mim... O anoitecer, aqui, foi lindíssimo, ontem e anteontem. Hoje, promete...

 

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