Peço desculpas à leitora fidelíssima e àquela ocasional, peço desculpas ao leitor antiqüíssimo e ao outro, inaugural: a crônica de ontem se publicou cheia de erros. Faltou uma simples leitura ao cabo de sua composição e não apenas o reler habitual e quando a li, à noitinha, me senti como em sonho antigo, recorrente talvez, onde me via nu em certa avenida movimentada, num belo dia ensolarado. A vívida sensação vivida em velhos sonhos era agora bisada em conseqüência de minha falta de cuidado. Cheia de erros, de todos os tipos, salvavam-se apenas as citações do Houaiss e do Caminha - caso eu não tenha cometido enganos no copiar. Agora, derramado o leite, quebrados os ovos e publicados os erros, é impossível consertar e tornam-se inúteis as tentativas de explicação. Sem mais espera, peço perdão. Peço o perdão da leitora fidelíssima e da outra, ocasional; peço o perdão do leitor primeiro e do outro, inaugural. Peço o perdão de todos que, por uma ou outra razão, perderam tempo e energia naquela leitura. O faço de público e à guisa de crônica, não por vício de penitências e, sim, por rarear-me a inspiração e olhar em volta sem nada achar digno de contar. Ando como os ministros da abominável ditadura a repetir-me o refrão: 'nada a declarar'. E calo. Como este silêncio me incomoda, não obstante ter-se há muito declarado esporádica esta crônica nossa de cada dia, decidi tentar transformar um banalíssimo pedido de desculpas - ah, espada inclemente da Culpa, cuja sombra zomba sobre nossas cabeças! - transformar as desculpas, eu dizia, em falso pretexto para esta conversa disfarçada de crônica. Conversa fiada, bem sei e, mesmo assim, acho que não vou conseguir... |
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