17/01/00
- Falávamos da importância de haver mútua simpatia entre paciente e terapeuta, da necessidade de um ir com a cara do outro. Verdade para qualquer relacionamento, claro, mas no caso do psicoterapeuta fica mais crítico, eu dizia. Ela logo corrigiu: sim, para o paciente. Ela, psicóloga, explicou: um terapeuta, diante do sentimento de rejeição ou mesmo de repulsa, iria prestar atenção - disse -, querer saber porque aquela pessoa a incomoda tanto... etc. Comecei a prestar mais atenção às pessoas e coisas que me incomodam muito. Algumas. muitíssimo! Talvez, tudo aquilo que detestamos possa servir como indicador para o autoconhecimento.
- Clima louco. Há pouco, no Recife gente vinda de todos os cantos da bola azul discutia desertos criados pela ação humana na paisagem. A mesmo tempo, bem mais ao sul, parecia mais frio que o frio inverno foi, pois um volume incalculável de água dessalinizada do Atlântico toldava os céus e impedia qualquer contato direto com a luz e calor da estrela Sol. Assim como as pessoas, as nuvens parecem ter uma preferência por essa faixa estreita do encontro das águas com o continente e, sobranceiras e alheias a toda especulação imobiliária, se instalam no litoral...
- Para o machismo latino-americano, em princípio, quanto maior, melhor. Talvez Freud pudesse explicar e, é provável, a elucidação freudiana, derivasse de antigas comparações de tamanhos, marcantes nas infâncias dos meninos... *Small is beautiful. Contando com os espaços, aquela frase tem 18 sinais. Quando é gravada pelo Bloco de Notas (NotePad) gera um arquivo de 18 bytes! A mesma frase no Winword 97 cria um monstro de 19.456 bytes... Os 19.438 a mais são lixo e informações coletadas para enviar ao banco de dados da *microsuave... Que símbolo da sociedade de desperdício que construímos! Um desperdício de mais de 100 vezes pois memória é barato, disco é barato etc.
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