Por fora bela viola... - parece ser um dito esquecido. No entanto, já foi tão usado que nem era preciso concluir: ... por dentro, pão bolorento. Reconheço que tenho um certo preconceito com ditados populares, a começar pelo que diz que a voz do povo é a voz de Deus. É bem provável que psicólogos gostem desse detalhe - a minha implicância com os ditos repetidos como reza, fórmulas vomitadas como pílulas e que, como algumas delas, se anunciam eficazes para qualquer mal. A razão é simples. Minha mãe era a rainha dos ditados populares. Diante de qualquer situação tinha sempre dois ou três na ponta da língua.

Feita a confissão e a digressão, nos achamos como os insetos voadores, que rodopiam sempre ao redor das mesmas flores ou lâmpadas e voltamos a pergunta: é mesmo fundamental? Ninguém discute a palavra do vate - profeta e poeta, quis o capricho de nosso idioma - que, com o desculpar-se com as feias, assinalou a beleza aludida. Fosse vivo ou a Internet já tivesse suas ligações com o Além, pediria a vmorais@ceu.net, ou algo assim, uma opinião: ... e as páginas da Internet, precisam de beleza também? Pergunto por que não sei.

Quando comecei por aqui, com essas páginas, há pouco mais de dois anos, tudo era novidade, tudo capaz de fascínio e encantamento. As páginas eram cheias de erros e buscavam a beleza do jeito que podiam. Mas os erros eram compensados pelo deslumbramento. Depois, comecei a aprender um pouco dessa linguagem, dos hipertextos, que permite o vínculo a outros documentos, inclusive a imagens, sons etc. - o HTML. A sintaxe dos comandos melhorou e, um belo dia, "descobri" a simplicidade. Este site surgiu desse desejo de máxima simplicidade. Páginas brancas. Texto preto. Tipografia não especificada (cada conjunto sistema operacional - browser determina uma, default). Nada de frames, nada de java, nem controles isso ou aquilo. Conteúdo e simplicidade, poderia ser o embrião de um novo dito popular.

Havia um modelo, confesso. Um site riquíssimo em conteúdo, imenso e com tudo default - nem mesmo o fundo branco era especificado. Além do mais, uma certeza: seu autor era cobra em programação. Falo do http://www.fourmilab.ch/, do criador do CAD (Computer Assisted Design). Um belo dia, volto ao site e descubro que ele foi todo remodelado. Está cheio de frames e outras facilidades de navegação... Hoje, constato que os sites mais famosos têm sempre uma coluna com os principais links e chamadas ao lado do corpo de texto principal, pelo menos. Na diagramação dos periódicos, da mesma forma, encontra-se a quebra em colunas, com o argumento, entre outros, de que a leitura é facilitada, pois os olhos precisam seguir linhas menores etc.

Por tudo isso decidi tentar uma nova diagramação para essa página e constatei que, enquanto as preocupações estão centradas no aspecto, o conteúdo fica vazio. Na verdade, não há crônica, apenas a necessidade de perguntar ao leitor se prefere assim ou assado. Se acha melhor e coluna cinzenta ou de outra cor; se prefere que ela esteja à direita ou esquerda; se a velha linha de links no pé da página deve continuar ou é melhor que eles passem para a coluna; se ele gostaria de um ícone para cada item, ou nenhum (cada um faz a página demorar um pouco mais para carregar); se o tamanho das crônicas deve ser mais ou menos este ou, se seria melhor um pouco menor ou maior; se o tamanho das letras está bom, ou era melhor o outro tipo, com serifa etc., etc.

Durante alguns dias, é possível que haja pequenos ajustes nesta diagramação, a guisa de testes. Sua opinião será sempre muito bem vinda e muito útil. Só espero que volte a haver crônicas aqui, que não fiquemos com bela viola, por fora e, por dentro...