Preconceito
02/11/16
Não é fácil levar a vida sem preconceito. Absorvemos as opiniões, os modos de pensar, até o jeito de falar e seria preciso uma atenção ininterrupta aos nossos próprios pensamentos para viver sem preconceito algum. Ontem, tomei consciência de um sutil preconceito em mim: tarde demais. Uma mensagem eletrônica trouxe o aviso da morte de uma ex-aluna da enfoco - Escola de Fotografia através de uma notícia de jornal. Diante da matéria com sua fotografia e lembrando-me de Lily Sverner, percebi ter sempre existido em mim um preconceito, idiota como todo preconceito, em relação a ela. Sempre tive dificuldade de entregar-me a uma maior amizade, que ela procurou, por sabê-la rica e, talvez, a achasse até rica demais... Ontem, a notícia de sua morte e sua imagem na página do jornal me foram contundentes e compreendi de chofre minha estupidez. Seguiu-se a angústia de não poder mais reparar meu erro e o consolo de ter entendido melhor como é fácil criar um preconceito e com que leviandade rotulamos o mundo fora de nós. Não são apenas a cor da pele, o sexo ou a opção sexual, o partido político ou o time de futebol os desencadeadores de tantos preconceitos em nós e ao nosso redor. Outras sutilezas bem mais requintadas também determinam nossa reação em relação a uma pessoa ou a alguma coisa. Mais de uma vez a Lily me procurou com propostas de empreendimentos, aqueles mencionados na reportagem e outros e, invariavelmente, me esquivei com desculpas esfarrapadas sempre tendo este fundo preconceituoso percebido tarde demais. Agora Lily é morta e a morte é definitiva. Que fique pois este registro como uma homenagem póstuma a esta ex-aluna da enfoco, mais uma a florescer e frutificar com brilho próprio através deste meio de expressão. Lily, minha sincera (e tardia) admiração.
|
Wed, 2 Nov 2016 12:09:27 -0200 Ah, era da enfoco? Achei que ela era cliente da Roupas. Quando vi a notícia, ia te perguntar se você a conhecia. sem assinatura Deve ter sido, sim, cliente da ROUPAS também. Wed, 2 Nov 2016 15:16:31 -0700 (PDT) todos nos temos preconceitos ... alguns submersos no inconsciente (ainda se diz isso?), nem nos damos conta deles sem assinatura Eu digo, está logo ali sob o "consciente"... Wed, 2 Nov 2016 15:19:14 -0700 (PDT) vistes seu nome na folha? sem assinatura Não. Thu, 3 Nov 2016 08:42:04 -0200 Oi, Clôde Oi, Ana, Thu, 3 Nov 2016 09:53:24 -0200 Nossa !!!! houve uma época em que fomos próximas. sem assinatura A minha relação com todas as pessoas muito ricas nunca me foi fácil, não. Thu, 3 Nov 2016 10:09:36 -0200 Clode, obrigada pela cronica que mostra que todos padecemos deste mal. sem assinatura Sigamos, então, de braços dados desbravando nossas profundezas e suas heranças milenares... Queria ter podido falar para ela o que contei na crônica. Tue, 8 Nov 2016 16:57:38 -0200 ... siiiimmm... sem assinatura Sábio irmão, Thu, 10 Nov 2016 20:40:11 -0200 Todo preconceito é uma roubada.... fora raras variantes. Quase sempre preconceito é meio podre, né? Agora... a pianista que perdeu um filho, né? Essas grandes perdas... Tenho uma ou outra lembrança dela. Mas... o que me sobra é uma lembrança de uma pianista que conheci de perto... sem assinatura Sim, todo preconceito é uma roubada. Sat, 26 Nov 2016 20:53:41 -0200 beleza clode sem assinatura Obrigado. |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior|